terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A coruja


No galho de uma árvore
Em noite clara de luar
O pio da coruja arrepia
Dá medo até de pensar.

Mas isso é uma bobagem!

Só porque ela gosta da noite
E gira a cabeça pra trás
A coitada da coruja
Agora dá azar?

Quem a conhece
Logo percebe
Que é linda de se admirar.

É o símbolo da sabedoria
Por sua visão peculiar
Vê o que ninguém vê
A uma distância espetacular.

Voa, silenciosamente
A procura de alimento
Por entre árvores ou na cidade
Os filhotes a esperam no ninho
Com muita fome e saudade.

Enquanto alguns dormem
A coruja trabalha
Ajudando manter equilibrado
O ambiente onde todos moram.

Ouvir uma coruja piar
Nunca haverá de ser um mal sinal,
A menos que seja de madrugada...

Até aquela hora acordada,
A pessoa não irá descansar
Vai passar o dia com sono
A cabeça avoada,
E depois diz que é azar.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bem-te-vi




Os passarinhos reunidos
No alto do ipê amarelo
Brincavam de cantar bem alto
Para ver quem tinha o canto mais belo.
Idéia do quero-quero.
 
A disputa não tinha juiz
E cada um dizia
Que o melhor canto era o seu
Quanto o tico-tico esperto
Ao pé da árvore desceu.
 
Escutem aqui a minha idéia
Essa disputa não vai ter fim
Melhor brincar de outra coisa
Todos cantam bonito
É melhor deixar assim...
 
Proponho então
Que vejamos quem é o mais sabido
De todos os passarinhos
Todos fecham bem os olhos
Enquanto vou me esconder
Quem me encontrar primeiro
Será quem vai vencer.
 
Fecharam então os olhinhos
Cobrindo com as asas para garantir
O tico-tico ligeirinho
Voou para bem longe dali.
 
Foi lá para o alto da serra
Num imenso Buriti
Pensou: Aqui não me acham!
E antes de rir da sua graça
Uma voz de longe ecoou:
Bem-te-vi! Bem-te-vi!
 
O tico-tico desapontado
Para o ipê retornou
Reconheceu diante de todos
Quem era o vencedor
Bem-te-vi que me viu
Bem-te-vi que me achou
 
Os pássaros estão sempre brincando
De  se esconder e pegador
De vez em quando a gente escuta por aí:
 
Bem-te-vi!
Bem-te-vi...


(Este texto é parte  do livro - FESTA NA FLORESTA)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Dorme Canguru,


Canguru,
Se aquiete na pochete!
Disse a mamãe brava.
E ele, nem um pio.
Ajeitou-se direitinho,
Ficou quietinho, 
Dormiu.

O canguruzinho
Muito levado,
Nem por um minuto ficava parado
Até na hora de dormir
Queria pular por todo lado.

 Mas toda mamãe sabe,
“hora do sono é sagrada”
Quem não dorme direito
Passa o dia cansado.

E como haverá de brincar
Sentindo o corpo pesado,
E os olhos querendo fechar?
Não pula, não almoça direito
Só pensa em cochilar.

Nessa vida, pra tudo tem hora.
De brincar, de comer e estudar,
E a noitinha, depois do jantar
Uma história,
Um beijo,
Dormir e sonhar...





terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Jabuti

O jabuti

Não tem pressa
Se ele cansa no caminho
Pára e vai descansar
Na casa que leva
Para todo e qualquer lugar.




Come de tudo um pouquinho
Mas não tem dentes pra mastigar
Amassa tudo na boca
Manda tudo pra dentro
E vai tomar sol pra relaxar.



Passa assim a vida toda
Entre grandes sonecas
E pequenas caminhadas
Diferente de gente
Que volta e meia
Fica estressada.



O jabuti não tem noção
Nem de tempo
Nem de espaço
Só o que ele sabe
É que grandes caminhadas
Faz-se passo a passo.



Não precisa ter pressa
Estando na direção certa
Sempre se chega lá...
.

domingo, 7 de novembro de 2010

Um conto de Natal



Era véspera de Natal.Levantou-se e foi até a sala onde colocara o parzinho de tênis surrado,herdado do irmão mais velho que dormia.Estava colocado estrategicamente embaixo da janela. Papai Noel não passaria por ali sem percebê-los.

Tirou do bolso do pijama um pedaço de pão seco que guardara do jantar, embrulhado
Num papel colorido e colocou-no no peitoril com um recado:”Papai Noel, guardei pra você este pãozinho”.Sem perceber o ratinho que por ali rondava, colocou um sorriso no rosto e satisfeito de esperança, foi dormir.

O ratinho que nada sabia de Natal e precisava alimentar sua ninhada para poder ir embora dali, que já não tinha comida suficiente, foi até o pequeno embrulho e o levou...Alegria na toca do rato! Dona ratinha, preocupada com os filhotes, ficou pra lá de contente.

Quando amanheceu, o menino correu até a janela onde estavam os sapatos e num choro contido, apanhou o par de tênis e saiu.Viu o papel do embrulhinho perto  de um buraco na porta abaixou-se para pegá-lo e viu os ratinhos comendo o pão que oferecera a Papai Noel. O sorriso voltou a brihar-lhe no rosto e com muito gosto ficou ali vendo os bichinhos matar sua fome. Ao menos alguém ganhou um presente...

Levantou-se e foi para o quintal brincar, sem nem se lembrar do café da manhã que ainda não tomara.Com duas madeirinhas pregadas em cruz, voava com seu avião em todas as direções que sua imaginação pudesse levar. Os ratinhos, que estavam  de mudança esgueirando-se pela cerca, ouviram o riso do menino. Dona Ratinha, ficou ali parada, encantada com aquele menininho e antes de ir embora, resolveu deixar-lhe um presentinho, afinal dividiram o mesmo teto por tanto tempo... já eram quase da mesma família.

Rita Ratinha, voltou a toca e rolou uma pedra brilhante, linda que ela tinha grande apreço por sua beleza, para fora da toca.Levou-a até embaixo da janela e com o um capricho danado, pegou o papel colorido rasgado e colocou por cima da pedra, voltou para a cerca,olhou mais uma vez para o menino, juntou-se á sua família e partiu.

Era dia de natal.A mesa do almoço, simples, tinha a sua volta uma família unida, com pai, mãe e filhos, que dividiam com alegria a humilde refeição.
Sentados na sala conversavam os pais, enquanto os irmão brincavam num canto.A tristeza de não poder dar-lhes presentes e uma vida mais confortável era notada no jeito cabisbaixo que eles tentavam disfarçar.
O menino viu outra vez o papel que embrulhara o pão para o papai Noel e achou esquisito...Poderia jurar que ele não estava mais lá.Aproximou-se , pegou na mão e a surpresa.Que coisa mais linda!Olhem! Papai Noel voltou...
Quando o pai do menino viu, não se conteve e mal podia acreditar.Gritava: É um diamante!É um diamante! Sem entender bem, o menino fez festa com o pai.
Alguns dias depois, mudaram-se para uma casa maior e melhor. O pai abriu um pequeno negócio e nada mais faltava aquela família, mas ninguém entendia, porque o menino ainda brincava com aquele avião de madeiras pregadas em cruz...

É que eles não sabem  que quando aterrisava aquele avião, desembarcava a esperança... 








segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Saci



Dia das Bruxas por quê?
Se temos Iara , Saci Pererê
E a cuca que pega bebês?


Halloween?

E agora?


O que fazemos com a Caipora?
Antes que alguém esqueça,
E a pobre mula sem cabeça?


O boitatá
Vamos boicotar.
O boto,
Vai morrer de desgosto.
E o corpo seco
Vai morrer primeiro.


Pobre cultura nacional...


Vai morrendo
Sem que ninguém acuda
Vão matando a coitada
E adotando as que lhes empurram.


Há que se tomar providência
Essa gente tão gentil
É dizer não!Obrigado!


É dia do Saci, no Brasil!
************************

Com o objetivo de resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao "Dia das Bruxas", ou "Halloween", da tradição cultural dos Estados Unidos da América. Propôs-se que fosse celebrado em 31 de outubro e a lei foi aprovada em 2005.

O sapo que queria casar


Lá no brejinho
Mora um sapinho
Que queria se casar.
Pulou sobre pedras
Pulou sobre folhas
Sem uma sapinha encontrar.
Já estava triste...
Nunca vou me casar!
Nem ter muitos sapinhos,
Tão pouco ter meu próprio lar.
O sapinho, pobrezinho.
Falava sozinho,
Estava começando,
A bilolar.
Mas a vida guarda surpresas
Que nem dá pra imaginar
Como já não chovia a muito tempo
O brejinho começou a secar.
O coitadinho pensou:
Agora essa!Isso é de amargar!
Se não bastasse eu ser solitário
Agora também vou ter que mudar?
Não teve jeito
Ele teve que ir
Todos os outros bichos também foram
Pra perto de uma lagoa
Bem perto dali.
Quando chegou
Foi logo procurar onde morar
Encontrou logo umas pedras
Com muitas plantas e árvores em volta
Um alagadinho,
Que ele adorou!
Vou ficar por aqui, disse
E pulou na pedra
Os olhos pularam da cara
Quando viu uma perereca.
Era a mais linda que ele já vira
Não demorou a falar com ela
Foi lá, cheio de charme
Levou um buquê de mosquitos
Para a saltitante donzela.
A perereca encantada
Piscava os olhinhos apaixonada
Agora o sapinho,
Tinha uma namorada.
E isso ele não esperava
Encontrar longe do brejinho
A sua tão sonhada amada.
Se o brejinho não tivesse secado
Estaria ainda solitário.
O sapinho aprendeu
Que mesmo quando
Tudo parece ruim,
Não se pode perder a esperança.
Agora são felizes
Até trocaram alianças!
E essa estória termina aqui
Por não faltar mais nada o que contar
A não ser que a lagoa agora tem música...
São os sapinhos alegres a coaxar...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vaquinha


Minha vaquinha
Pulando pra lá e pra cá
Voando ás vezes, sobre meu espaço.
Sabe até falar!E  fala bem grosso.
Essa vaca, não tem sino de aviso
Caso se perca e vá para outro lado,
Com minhas mãos, eu faço o cercado.

Ela é assim:
Tem pernas finas de palito
E um corpo grande esquisito.
Ah.. mas é bonita pra mim....

Toda malhada de canetinha
(colorida, fica mais bonita),
No pescoço, um laço de fita
De uma caixa de bombom vazia
Que encontrei ali no chão.

Brinco, Brinco, até cansar
Ou até a mamãe chegar
Com um olho meio fechado
E a testa franzidinha
Dá já aqui essa batatinha!

Eu dou.
A pobre vaquinha nem grita.
Coitada dela...

Vai virar bife de batata frita

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Minha estrelinha



Uma vez vi no céu
Uma estrela pequenina
Que brilhava tanto
Tanto, tanto
Que fiquei ali parada
Cheia de encanto.

A estrela miúda
Piscava mais que as outras
Que com vergonha
Foram sumindo aos poucos.

Foi aí que me veio um pensamento:
Ah se eu pudesse ter uma estrelinha...
Onde é que a guardaria?

Ora, deixe disso! – pensei
Deixa de fantasia...
Mas ficou no pensamento:
Ah! como eu queria...

E foi em noventa e nove
No dia quatorze de abril,
As dez e meia da noite
Que outra estrelinha surgiu:
Leticia!

E essa é bem diferente
Brilha de noite e de dia
Veio para todos encantar.

Não brilha mais que as outras,
Minha estrelinha brilha
Como só ela sabe brilhar.

Coisas da Vovó



Quem sabe o que é
Especula de rodinha?
Isto é  coisa que vovó dizia
Quando eu era criancinha.

Vovó, que esta fazendo?
Especula de rodinha, não está vendo?
Eu apenas dizia : Ah que bom!
Fingia que entendia e saía.

Que coisa será essa, 
Que ninguém sabe explicar
Será que é coisa muito antiga
Ou ela estava tentando inventar?

Especula de rodinha...
Nem meus filhos vão saber!
Quando me perguntam
O que é isso?
Não demoro a responder
Do mesmo jeito da avozinha,

É especula de rodinha!

O menino e as nuvens





Deitado na grama verdinha
O menino olha pro cima, fascínio
As nuvens tomam formas no céu.

Desenhos pintados num papel azul
Branquinhos levados pelo vento que vem do sul
Um a um, carneiro, anjo, carrinho
Tudo o que vê nas nuvens e imagina
Fazem sonhar o menino:

Será que são de algodão?
Será que dá pra sentir com a mão?
E se pudesse sentar nela, 
Eu viajaria, todo o céu
Nesse macio navio...

Que bobagem!pensa ele.
Lá ficam os anjos
Olhando tudo aqui embaixo
Enquanto uns brincam
Outros vigiam
Vêem tudo lá de cima.
Quando chove, é dia de faxina.

Com a cabeça nas nuvens
E a barriga agora no chão
Caderno e lápis na mão
Ele desenha um passarinho
E diz que são quase irmãos...

Um voa com as asas,
O outro, com a imaginação.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O macaco Jubileu




Jubileu caiu do galho
Com o susto que levou,
Cacá pulou atrás dele
E deu um grito:
Ê Jubileu, Cacá chegou!

Cacá no alto da árvore
Ria sem poder parar
Enquanto Jubileu
Olhava pra cima, bravo
Dizendo: - Eu vou te pegar!

Num pulo levantou-se
E começou a escalar a árvore,
Cacá ligeirinha, agarrou-se num cipó
E começou a fugir dele na mata.

Jubileu, já não estava bravo
Estavam brincando agora,
De galho em galho pulavam
Foram assim, a tarde inteira,
Corridas, pulos e algumas paradas nas bananeiras
Até que encontraram num galho
Uma enorme casa de abelhas.

Jubileu sem juízo, 
Nem se lembrou dos conselhos da mãe:
Cuidado meu filho, preste muita atenção
A mata tem perigos, se não conhece 
Evite aproximação.
E com uma varinha encontrada no chão
Foi lá, cutucar as abelhas.

Cacá não acreditou
Quando viu Jubileu se colocando em risco.
-O que é isso Jubileu?Bilolou de vez?
Se elas atacam....Não quero nem ver!
Tomou da mão dele a varinha.

Eu só queria ver, disse ele
Sem a menor preocupação,
Tem mel aí dentro, eu sei
E pensei porque não?

Ora, deixe disso seu trapalhão!
O doce do mel não compensa
A dor que traz um ferrão na mão,
E se for no corpo inteiro
Meu Deus!Nem um rio de mel, cura não...

Ah! Que medrosa você é, disse Jubileu.

Não sou, não! Sou muito esperta.
Porque vou me arriscar, se já sei o perigo?
Se minha mãe diz que é arriscado,
Não deve ter se enganado,
Viveu mais tempo que eu
Muito mais coisas aprendeu.
Isso é esperteza, fazer as coisas certas que sabemos
E errar somente quando não se sabe.

Jubileu pensou um pouquinho
Balançou a cauda, pra lá e pra cá
Enquanto segurava o queixo.

Tá certo!Você tem razão...

Então vamos, disse Cacá
Já é quase hora do jantar
Vemos-nos amanhã de novo
E voltarei a te assustar
Foi dizendo e pulando nos galhos
Até que não a ouvisse mais falar.

Jubileu foi pra casa,
Pensando no que disse Cacá
Decidiu pensar muito antes
De fazer algo e se arriscar.

Quando chegou em casa
Teve uma surpresa.
Tinha frutas e mel de sobremesa.
A mãe sabia como pegar aquela delícia
Com toda segurança.

Jubileu e Cacá também vão saber
Ouvindo e aprendendo 
Com aqueles que os ama
Cada coisa a seu tempo
Desde agora,
Enquanto são crianças...

Infância



Olha a Mariana
Dançando ciranda
O Romeu, roda pneu
E a Roberta
Com sua bicicleta. 

Arlete mascando chiclete
Faz bola enquanto rebola
No bambolê. 

Felipe bate o pique
Eduardo vai se esconder.

Camila amiga da Maitê
Trouxe as bonecas
Panelinhas alguém vai ter que trazer.

Amarelinha, pedrinha
Pega-pega o que vai ser?
Dois ou um
Par ou impar
O último é quem perder.

E se passa o sorveteiro
Com aquela buzina engraçada
Todo mundo vai querer.

Corre-corre da molecada. 
É aquele falatório
Que nem dá pra entender.
É de limão!É de uva!
Aqui são dois! Lá é uma!

Um dia, vão crescer
As Marianas....
Os Felipes...
E nunca vão se esquecer
Do quanto foram felizes

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Coruja



No galho de uma árvore
Em noite clara de luar
O pio da coruja arrepia
Dá medo até de pensar.

Mas isso é uma bobagem!

Só porque ela gosta da noite
E gira a cabeça pra trás
A coitada da coruja
Agora dá azar?

Quem a conhece 
Logo percebe
Que é linda de se admirar.

É o símbolo da sabedoria
Por sua visão peculiar
Vê o que ninguém vê
A uma distância espetacular.

Voa, silenciosamente
A procura de alimento
Por entre árvores ou na cidade
Os filhotes a esperam no ninho
Com muita fome e saudade.

Enquanto alguns dormem
A coruja trabalha
Ajudando manter equilibrado
O ambiente onde todos moram.

Ouvir uma coruja piar
Nunca haverá de ser um mal sinal,
A menos que seja de madrugada...

Até aquela hora acordada,
A pessoa não irá descansar
Vai passar o dia com sono
A cabeça avoada,
E depois diz que é azar.

sábado, 14 de agosto de 2010

A Rosa Amarela


Era uma vez

Uma rosa amarela
Que vivia num pequeno jardim
E por ter a cor diferente
As outras diziam assim:
“Rosa amarela não existe
Rosa,pra ser perfeita
Tem que ser carmim
Se tiver outra cor me perdoe
Mas é por que é muito chinfrim!”

A rosa amarela sabia
Que ela era rosa com certeza
E não tinha nada de inferior
Se algo a fazia diferente
Era somente a cor.

Todas da mesma espécie
Todas, somente flor.

Certo dia veio a prova
De que todas eram iguais
Pensar daquele jeito ruim
Não iriam nunca mais...

O dono daquela casa
Onde estava instalado o jardim
Chamou o jardineiro e disse:
“Pode todas as rosas
A estação já “está no fim”

O Jardineiro obedeceu
E com sua tesoura da justiça
A verdade revelou...

Todas foram ao chão
Nenhuma rosa sobrou.

A amarela foi a primeira
Bem aos olhos da vermelha
Entre flores e folhagens
Foi pra um vaso sobre a mesa
Harmonia de cores e perfumes
Era mesmo uma beleza.

Tranqüila e justiçada
A rosa amarela aguardava
Que a vermelha chegasse.

Quando enfim ela chegou
Não disse uma só palavra
Olhou a sua volta
E simplesmente chorou.

Ela finalmente entendeu
A beleza das diferenças
Vendo o colorido alegre
Daquele vaso sobre a mesa.

A rosa amarela
Com carinho
E num gesto de amor
Sorriu e disse:
Bem vinda
a mesa de nosso Senhor.

O Bicho da Seda

O bicho da seda
É muito esperto
Desde novinho
Aprende a fazer
Sua própria coberta.

Tece fios de seda
Macios e brilhantes
Envolvendo todo o casulo
Que fica fofinho
E muito aconchegante.

Ele está se preparando
Para sua aparição triunfante
Três semanas é o que precisa
Para ser borboleta
De asas brancas, radiantes.

O casulo
Obra do pequeno artesão
Vira fio, vira tecido
Nas mãos do tecelão.

É assim na natureza
Cada um tem uma função
Umas coisas nascemos sabendo
Outras, precisam de lição.

O Porquinho

O Porquinho

É uma graçinha, o porquinho
Curioso e cheio de fome
Futuca tudo, tudo come.
Faz uma bagunça danada
Com seu banho de lama.
Fica todo sujinho
E a mãe dele nem reclama.
O nariz de tomada
Fuça por toda parte
Se fosse a minha mãe,
Teria um enfarte!
Os animais não sabem
Que a higiene faz parte
De uma vida saudável.
Para quem quer viver contente,
sem ter doenças
cuidar do corpo
E do ambiente
É sinal de esperteza.
O porquinho é bem diferente de gente.
Mas há quem confunde
Depois de um dia todo brincando
De bola, pique-esconde,
soldadinho,rolando na grama
A mãe da gente chama:
Vem porquinho...
Vem, tomar banho!

Banho de Chuva


Coisa boa é chuva de verão
A tardinha, a chuva fresquinha
É só diversão!

Jogando bola no campo de terra
Com chuva é aquela confusão
A bola bate no barro e vai em outra direção
E a molecada lambuzada de lama
Faz aquela zoação.
Perna de pau!
Também dá pra brincar no quintal
Enquanto a mãe da gente não vê
Pega os baldes todos e enche
Joga pra cima, no outro e na gente
Até que vem a bronca:
Vai ficar doente menino...
Pare com isso e entre.
E se a chuva pega a gente na volta da escola
Coloca o material numa sacola, é bom levar por prevenção
E vai pisando todas as poças e aparando a chuva com a mão.
O cabelo vai pingando e a roupa pesa um bocado
Brinca-se tanto no caminho
Que em casa, quando chega, está pra lá de cansado.
Pena que a chuvinha é passageira
Cai só pra refrescar a paisagem
Se na paisagem estamos de passagem
O que é que tem entrar na refrescagem?
Depois, é só tomar um banho quentinho
Trocar a roupa enquanto ouve o sermão
Eu entendo. É preocupação.
Mas duvido que tenha adulto que não saiba,
Que banho de chuva é muito bom!

Halloween



Dia das Bruxas por quê?
Se temos Iara , Saci Pererê
E a cuca que pega bebês?
Halloween?E agora?
O que fazemos com a Caipora?
Antes que alguém esqueça,
E a pobre mula sem cabeça?
O boitatá
Vamos boicotar.
O boto,
Vai morrer de desgosto.
E o corpo seco
Vai morrer primeiro.
Pobre cultura nacional...
Vai morrendo
Sem que ninguém acuda
Vão matando a coitada
E adotando as que lhes empurram.
Há que se tomar providência
Essa gente tão gentil
É dizer não!Obrigado!
É dia do Saci, no Brasil!

O Sapinho que queria casar

Lá no brejinho
Mora um sapinho
Que queria se casar.
Pulou sobre pedras
Pulou sobre folhas
Sem uma sapinha encontrar.
Já estava triste...
Nunca vou me casar!
Nem ter muitos sapinhos,
Tão pouco ter meu próprio lar.
O sapinho, pobrezinho.
Falava sozinho,
Estava começando,
A bilolar.
Mas a vida guarda surpresas
Que nem dá pra imaginar
Como já não chovia a muito tempo
O brejinho começou a secar.
O coitadinho pensou:
Agora essa!Isso é de amargar!
Se não bastasse eu ser solitário
Agora também vou ter que mudar?
Não teve jeito
Ele teve que ir
Todos os outros bichos também foram
Pra perto de uma lagoa
Bem perto dali.
Quando chegou
Foi logo procurar onde morar
Encontrou logo umas pedras
Com muitas plantas e árvores em volta
Um alagadinho,
Que ele adorou!
Vou ficar por aqui, disse
E pulou na pedra
Os olhos pularam da cara
Quando viu uma perereca.
Era a mais linda que ele já vira
Não demorou a falar com ela
Foi lá, cheio de charme
Levou um buquê de mosquitos
Para a saltitante donzela.
A perereca encantada
Piscava os olhinhos apaixonada
Agora o sapinho,
Tinha uma namorada.
E isso ele não esperava
Encontrar longe do brejinho
A sua tão sonhada amada.
Se o brejinho não tivesse secado
Estaria ainda solitário.
O sapinho aprendeu
Que mesmo quando
Tudo parece ruim,
Não se pode perder a esperança.
Agora são felizes
Até trocaram alianças!
E essa estória termina aqui
Por não faltar mais nada o que contar
A não ser que a lagoa agora tem música...
São os sapinhos alegres a coaxar...