terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Jabuti

O jabuti

Não tem pressa
Se ele cansa no caminho
Pára e vai descansar
Na casa que leva
Para todo e qualquer lugar.




Come de tudo um pouquinho
Mas não tem dentes pra mastigar
Amassa tudo na boca
Manda tudo pra dentro
E vai tomar sol pra relaxar.



Passa assim a vida toda
Entre grandes sonecas
E pequenas caminhadas
Diferente de gente
Que volta e meia
Fica estressada.



O jabuti não tem noção
Nem de tempo
Nem de espaço
Só o que ele sabe
É que grandes caminhadas
Faz-se passo a passo.



Não precisa ter pressa
Estando na direção certa
Sempre se chega lá...
.

domingo, 7 de novembro de 2010

Um conto de Natal



Era véspera de Natal.Levantou-se e foi até a sala onde colocara o parzinho de tênis surrado,herdado do irmão mais velho que dormia.Estava colocado estrategicamente embaixo da janela. Papai Noel não passaria por ali sem percebê-los.

Tirou do bolso do pijama um pedaço de pão seco que guardara do jantar, embrulhado
Num papel colorido e colocou-no no peitoril com um recado:”Papai Noel, guardei pra você este pãozinho”.Sem perceber o ratinho que por ali rondava, colocou um sorriso no rosto e satisfeito de esperança, foi dormir.

O ratinho que nada sabia de Natal e precisava alimentar sua ninhada para poder ir embora dali, que já não tinha comida suficiente, foi até o pequeno embrulho e o levou...Alegria na toca do rato! Dona ratinha, preocupada com os filhotes, ficou pra lá de contente.

Quando amanheceu, o menino correu até a janela onde estavam os sapatos e num choro contido, apanhou o par de tênis e saiu.Viu o papel do embrulhinho perto  de um buraco na porta abaixou-se para pegá-lo e viu os ratinhos comendo o pão que oferecera a Papai Noel. O sorriso voltou a brihar-lhe no rosto e com muito gosto ficou ali vendo os bichinhos matar sua fome. Ao menos alguém ganhou um presente...

Levantou-se e foi para o quintal brincar, sem nem se lembrar do café da manhã que ainda não tomara.Com duas madeirinhas pregadas em cruz, voava com seu avião em todas as direções que sua imaginação pudesse levar. Os ratinhos, que estavam  de mudança esgueirando-se pela cerca, ouviram o riso do menino. Dona Ratinha, ficou ali parada, encantada com aquele menininho e antes de ir embora, resolveu deixar-lhe um presentinho, afinal dividiram o mesmo teto por tanto tempo... já eram quase da mesma família.

Rita Ratinha, voltou a toca e rolou uma pedra brilhante, linda que ela tinha grande apreço por sua beleza, para fora da toca.Levou-a até embaixo da janela e com o um capricho danado, pegou o papel colorido rasgado e colocou por cima da pedra, voltou para a cerca,olhou mais uma vez para o menino, juntou-se á sua família e partiu.

Era dia de natal.A mesa do almoço, simples, tinha a sua volta uma família unida, com pai, mãe e filhos, que dividiam com alegria a humilde refeição.
Sentados na sala conversavam os pais, enquanto os irmão brincavam num canto.A tristeza de não poder dar-lhes presentes e uma vida mais confortável era notada no jeito cabisbaixo que eles tentavam disfarçar.
O menino viu outra vez o papel que embrulhara o pão para o papai Noel e achou esquisito...Poderia jurar que ele não estava mais lá.Aproximou-se , pegou na mão e a surpresa.Que coisa mais linda!Olhem! Papai Noel voltou...
Quando o pai do menino viu, não se conteve e mal podia acreditar.Gritava: É um diamante!É um diamante! Sem entender bem, o menino fez festa com o pai.
Alguns dias depois, mudaram-se para uma casa maior e melhor. O pai abriu um pequeno negócio e nada mais faltava aquela família, mas ninguém entendia, porque o menino ainda brincava com aquele avião de madeiras pregadas em cruz...

É que eles não sabem  que quando aterrisava aquele avião, desembarcava a esperança...