segunda-feira, 3 de junho de 2013

Patinha Feia













Era uma vez uma patinha
Branquinha como açucar,
Feliz , arrumava no ninho
Não tirava os filhinhos da cuca.

Cantava e tricotava
Esperando os 5 patinhos
Sentada sobre eles
Deixando-os bem quentinhos.

Depois de uns dias,
Numa manhã ensolarada
Do ovo menorzinho saiu um lindo patinho,
Branquinho, como a dona pata.

Um a um saíram do ovo
E os olhos da mamãe, cheios de lágrima.
Era tanta emoção,
Que mal se segurava.

Um, dois, três, quatro...
Ué, cadê o quinto pato?
Revirou todo o ninho
Encontrou o ovinho sob a palha.

Toc, Toc, Toc
Bicou a casca e chamou:
Tem alguém aí?
E casca Trincou.

Todos rodearam o ovo
Com os olhos bem abertos
Esperavam ansiosos outro patinho branco.
E o que veio? Um preto!

Que graça ele era,
Com sua peninhas brilhantes
Com olhos tão bonitos
Que pareciam diamantes.

Logo que saiu da casca foi dizendo:
Mamãe! Que linda você é...
Pulou e num instante estava em pé.

Todos em volta de bico aberto
Sem acreditar no que viam,
Um pato tem que ser branco, ora essa...
Se é preto não é pato, disso temos certeza!

Deixaram o patinho só.
Ele chorava de dar dó.
Saiu andando, triste e sozinho
Pensando sobre sua cor e na dor que lhe causaram.

Não escolhi, ser pato,
Nem ser preto, nem ser branco.
Como posso ser culpado por algo que não escolho?
A gente nasce e pronto!

E depois, que mal há nisso?
Quem  disse que branco é mais bonito?
Porque acham isso, se o mundo é tão colorido?
E se tudo fosse preto, ou branco? Ai, que triste seria...

Enquanto andava pelo mato,
Olhando tudo a sua volta, ouviu: Tchibum!
E uns risos bem animados.
Vinham de perto, vinham do lago.

E ficou com cara de bobo ao conferir a cena.
Tinham bicos como o dele, e pés feito nadadeira!
Não, não eram só brancos, nem eram só negros.
E não há exagero em dizer que eram  felizes...
Não eram patos, eram cisnes.

Todos juntos na mesma lagoa, na boa
Vivendo como uma família só.
Ninguém ficava sozinho
Dos mais novinhos até as vovós.

O patinho ficou ali olhando
Quando de repente alguém foi empurrando
Vamos lá, mergulhar
Patinhos também sabem nadar!

E assim, descobriu a amizade
Que sempre faz aparecer a beleza da gente.
Amizade é um tipo de amor que não vê cor
E só vê o que é importante.

O Patinho, cresceu por ali.
Aprendeu a pensar cisne.
Era um patinho preto
Mas era um patinho livre.

Não guardou mágoa, não.
Aprendeu uma grande lição.
A beleza de todas as coisas, não se vê com os olhos.
Sente-se, com o coração.

E a patinha
Branquinha como açúcar,
azeda como limão, coitada!
Confunde até peru com pavão.