terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vaquinha


Minha vaquinha
Pulando pra lá e pra cá
Voando ás vezes, sobre meu espaço.
Sabe até falar!E  fala bem grosso.
Essa vaca, não tem sino de aviso
Caso se perca e vá para outro lado,
Com minhas mãos, eu faço o cercado.

Ela é assim:
Tem pernas finas de palito
E um corpo grande esquisito.
Ah.. mas é bonita pra mim....

Toda malhada de canetinha
(colorida, fica mais bonita),
No pescoço, um laço de fita
De uma caixa de bombom vazia
Que encontrei ali no chão.

Brinco, Brinco, até cansar
Ou até a mamãe chegar
Com um olho meio fechado
E a testa franzidinha
Dá já aqui essa batatinha!

Eu dou.
A pobre vaquinha nem grita.
Coitada dela...

Vai virar bife de batata frita

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Minha estrelinha



Uma vez vi no céu
Uma estrela pequenina
Que brilhava tanto
Tanto, tanto
Que fiquei ali parada
Cheia de encanto.

A estrela miúda
Piscava mais que as outras
Que com vergonha
Foram sumindo aos poucos.

Foi aí que me veio um pensamento:
Ah se eu pudesse ter uma estrelinha...
Onde é que a guardaria?

Ora, deixe disso! – pensei
Deixa de fantasia...
Mas ficou no pensamento:
Ah! como eu queria...

E foi em noventa e nove
No dia quatorze de abril,
As dez e meia da noite
Que outra estrelinha surgiu:
Leticia!

E essa é bem diferente
Brilha de noite e de dia
Veio para todos encantar.

Não brilha mais que as outras,
Minha estrelinha brilha
Como só ela sabe brilhar.

Coisas da Vovó



Quem sabe o que é
Especula de rodinha?
Isto é  coisa que vovó dizia
Quando eu era criancinha.

Vovó, que esta fazendo?
Especula de rodinha, não está vendo?
Eu apenas dizia : Ah que bom!
Fingia que entendia e saía.

Que coisa será essa, 
Que ninguém sabe explicar
Será que é coisa muito antiga
Ou ela estava tentando inventar?

Especula de rodinha...
Nem meus filhos vão saber!
Quando me perguntam
O que é isso?
Não demoro a responder
Do mesmo jeito da avozinha,

É especula de rodinha!

O menino e as nuvens





Deitado na grama verdinha
O menino olha pro cima, fascínio
As nuvens tomam formas no céu.

Desenhos pintados num papel azul
Branquinhos levados pelo vento que vem do sul
Um a um, carneiro, anjo, carrinho
Tudo o que vê nas nuvens e imagina
Fazem sonhar o menino:

Será que são de algodão?
Será que dá pra sentir com a mão?
E se pudesse sentar nela, 
Eu viajaria, todo o céu
Nesse macio navio...

Que bobagem!pensa ele.
Lá ficam os anjos
Olhando tudo aqui embaixo
Enquanto uns brincam
Outros vigiam
Vêem tudo lá de cima.
Quando chove, é dia de faxina.

Com a cabeça nas nuvens
E a barriga agora no chão
Caderno e lápis na mão
Ele desenha um passarinho
E diz que são quase irmãos...

Um voa com as asas,
O outro, com a imaginação.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O macaco Jubileu




Jubileu caiu do galho
Com o susto que levou,
Cacá pulou atrás dele
E deu um grito:
Ê Jubileu, Cacá chegou!

Cacá no alto da árvore
Ria sem poder parar
Enquanto Jubileu
Olhava pra cima, bravo
Dizendo: - Eu vou te pegar!

Num pulo levantou-se
E começou a escalar a árvore,
Cacá ligeirinha, agarrou-se num cipó
E começou a fugir dele na mata.

Jubileu, já não estava bravo
Estavam brincando agora,
De galho em galho pulavam
Foram assim, a tarde inteira,
Corridas, pulos e algumas paradas nas bananeiras
Até que encontraram num galho
Uma enorme casa de abelhas.

Jubileu sem juízo, 
Nem se lembrou dos conselhos da mãe:
Cuidado meu filho, preste muita atenção
A mata tem perigos, se não conhece 
Evite aproximação.
E com uma varinha encontrada no chão
Foi lá, cutucar as abelhas.

Cacá não acreditou
Quando viu Jubileu se colocando em risco.
-O que é isso Jubileu?Bilolou de vez?
Se elas atacam....Não quero nem ver!
Tomou da mão dele a varinha.

Eu só queria ver, disse ele
Sem a menor preocupação,
Tem mel aí dentro, eu sei
E pensei porque não?

Ora, deixe disso seu trapalhão!
O doce do mel não compensa
A dor que traz um ferrão na mão,
E se for no corpo inteiro
Meu Deus!Nem um rio de mel, cura não...

Ah! Que medrosa você é, disse Jubileu.

Não sou, não! Sou muito esperta.
Porque vou me arriscar, se já sei o perigo?
Se minha mãe diz que é arriscado,
Não deve ter se enganado,
Viveu mais tempo que eu
Muito mais coisas aprendeu.
Isso é esperteza, fazer as coisas certas que sabemos
E errar somente quando não se sabe.

Jubileu pensou um pouquinho
Balançou a cauda, pra lá e pra cá
Enquanto segurava o queixo.

Tá certo!Você tem razão...

Então vamos, disse Cacá
Já é quase hora do jantar
Vemos-nos amanhã de novo
E voltarei a te assustar
Foi dizendo e pulando nos galhos
Até que não a ouvisse mais falar.

Jubileu foi pra casa,
Pensando no que disse Cacá
Decidiu pensar muito antes
De fazer algo e se arriscar.

Quando chegou em casa
Teve uma surpresa.
Tinha frutas e mel de sobremesa.
A mãe sabia como pegar aquela delícia
Com toda segurança.

Jubileu e Cacá também vão saber
Ouvindo e aprendendo 
Com aqueles que os ama
Cada coisa a seu tempo
Desde agora,
Enquanto são crianças...

Infância



Olha a Mariana
Dançando ciranda
O Romeu, roda pneu
E a Roberta
Com sua bicicleta. 

Arlete mascando chiclete
Faz bola enquanto rebola
No bambolê. 

Felipe bate o pique
Eduardo vai se esconder.

Camila amiga da Maitê
Trouxe as bonecas
Panelinhas alguém vai ter que trazer.

Amarelinha, pedrinha
Pega-pega o que vai ser?
Dois ou um
Par ou impar
O último é quem perder.

E se passa o sorveteiro
Com aquela buzina engraçada
Todo mundo vai querer.

Corre-corre da molecada. 
É aquele falatório
Que nem dá pra entender.
É de limão!É de uva!
Aqui são dois! Lá é uma!

Um dia, vão crescer
As Marianas....
Os Felipes...
E nunca vão se esquecer
Do quanto foram felizes

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Coruja



No galho de uma árvore
Em noite clara de luar
O pio da coruja arrepia
Dá medo até de pensar.

Mas isso é uma bobagem!

Só porque ela gosta da noite
E gira a cabeça pra trás
A coitada da coruja
Agora dá azar?

Quem a conhece 
Logo percebe
Que é linda de se admirar.

É o símbolo da sabedoria
Por sua visão peculiar
Vê o que ninguém vê
A uma distância espetacular.

Voa, silenciosamente
A procura de alimento
Por entre árvores ou na cidade
Os filhotes a esperam no ninho
Com muita fome e saudade.

Enquanto alguns dormem
A coruja trabalha
Ajudando manter equilibrado
O ambiente onde todos moram.

Ouvir uma coruja piar
Nunca haverá de ser um mal sinal,
A menos que seja de madrugada...

Até aquela hora acordada,
A pessoa não irá descansar
Vai passar o dia com sono
A cabeça avoada,
E depois diz que é azar.